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Café: Brasil exporta volume recorde de 45,6 milhões de sacas na safra 2020/21
Maior colheita da história, profissionalismo de produtores e eficiência comercial e logística dos exportadores permitiram que o país apresentasse alta de 10% sobre o recorde anterior, de 2018/19
Segundo levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os embarques nacionais do produto somaram 3,012 milhões de sacas de 60 kg em junho, gerando US$ 423,2 milhões. Com o desempenho, o país registrou novo recorde no fechamento das remessas cafeeiras no acumulado da safra 2020/21, que alcançaram 45,599 milhões de sacas, apresentando alta de 13,3% em relação à temporada 2019/20 e de 10,1% sobre as 41,426 milhões de sacas de 2018/19, até então o melhor desempenho. Em receita cambial, as exportações do produto nacional ao exterior renderam US$ 5,842 bilhões na safra 2020/21, o melhor resultado nos últimos cinco anos, que representou crescimento de 13,4% na comparação com os US$ 5,154 bilhões do ciclo 2019/20. O presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, revela que o novo recorde reflete a safra 2020/21 exemplar em volume, qualidade e sustentabilidade e que foi possível alcançar o maior patamar histórico das exportações nacionais do produto devido à eficiência comercial e logística dos exportadores brasileiros e ao profissionalismo dos cafeicultores do país. “Os produtores mantêm seu constante ciclo de investimento em qualidade, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, colhendo um volume recorde de arábica e conilon na safra 2020. Dessa forma, possibilita que os cafés nacionais sejam aceitos em todo o mundo, sendo impulsionados pelos profissionais de logística dos nossos associados, os quais redobraram esforços durante a pandemia para honrar os compromissos diante dos entraves logísticos, potencializados pela expressiva alta nos custos dos fretes, consequentes e sucessivos cancelamentos de bookings e dificuldade de novos agendamentos”, explica Rueda. ANO CIVIL PRINCIPAIS DESTINOS A Alemanha, com representatividade de 17,4%, adquiriu 7,948 milhões de sacas (+16,2%) e ocupou o segundo lugar no ranking. As exportações dos cafés nacionais para a Bélgica cresceram 40%, somando 3,833 milhões de sacas. Assim, os belgas saltaram ao terceiro lugar na tabela e responderam por 8,4% dos embarques. Fechando o top 5, vieram Itália, com 2,762 mi/scs (6,1% do total), e Japão, com 2,626 mi/scs (5,8%). Também merece destaque a inserção de dois países produtores entre os 10 principais mercados compradores do produto nacional na safra 2020/21. A Colômbia ocupou a oitava posição na tabela, elevando suas importações em 150% – para 1,137 milhão de sacas – na comparação com o ciclo anterior e passando a representar 2,5% das exportações totais do Brasil. O México veio na sequência, ocupando a nona posição com a aquisição de 965 mil sacas, ou 2,1% do total. De acordo com o presidente do Cecafé, esses mercados produtores e exportadores podem ser considerados “novos paradigmas” para os cafés do Brasil. “Eles importam para o consumo interno e para industrializar e comercializar com outros países, como no exemplo dos mexicanos, que vendem muito para os EUA. O México virou uma potência industrial do solúvel e tem demandado cada vez mais grãos brasileiros para isso”, revela. No acumulado da temporada 2020/21, as exportações de café verde do Brasil para outros países produtores totalizaram 2,697 milhões de sacas, o que implicou incremento de 47,2% em relação às 1,833 milhão de sacas embarcadas na safra antecedente. Além de Colômbia e México, fecham a lista das cinco principais nações produtoras que mais importaram café in natura brasileiro o Equador (201 mil sacas / +124,6%), República Dominicana (139 mil sacas / +217,6%) e Vietnã, o segundo maior produtor global do produto (95 mil sacas / +27,2%). TIPOS DE CAFÉ CAFÉS DIFERENCIADOS PORTOS DE OLHO NO FUTURO Esse cenário gerou sucessivos cancelamentos de bookings, dificuldade para novos agendamentos de embarques e concorrência por contêineres e espaço nos navios. “Esses gargalos de infraestrutura e logística são preocupantes e impactam o desempenho das exportações brasileiras de café, pois os portos norte-americanos e asiáticos operam com capacidades máximas devido ao desbalanço do comércio global”, explica o presidente do Cecafé. Segundo Rueda, agregando a excelente safra em volume e qualidade de 2020 com a menor colheita de 2021, por conta da bienalidade e das irregularidades climáticas, a oferta dos cafés do Brasil parece estar equilibrada com a demanda mundial. “Os exportadores continuam monitorando a colheita deste ano e as condições de desenvolvimento para o ciclo 2022, assim como seguem atentos ao panorama do consumo global, que parece animado para o cenário pós-Covid-19, com o avanço da vacinação, e para qual o produto brasileiro é essencial. Assim, a boa hora dos cafés do Brasil parece perdurar no cenário mundial”, conclui. |