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Café: produtores brasileiros usam abelhas para aumentar a produtividade

O Brasil é o maior produtor mundial de café e os já eficientes cafeicultores do País estão começando a usar uma arma secreta incomum para impulsionar ainda mais a produtividade: abelhas africanizadas.

O Brasil é o maior produtor da variedade arábica e o segundo maior da variedade robusta, depois do Vietnã. Abelhas raramente são usadas no País para polinizar as plantas de arábica, porque elas se autopolinizam. Mas agora, os produtores no Brasil estão usando um aplicativo de celular chamado AgroBee para pedir a entrega de dúzias ou até centenas de colmeias em suas plantações e então deixam as abelhas fazerem o trabalho nos campos.

“Abelhas gostam tanto de trabalhar que encontramos ainda mais para elas fazerem. São como pequenos robôs”, afirma Vanusia Nogueira, diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais, que diz apoiar fortemente o esforço porque produz um café melhor e mais sustentável.

O resultado aprimorado pelas abelhas pode ser útil em 2021. A produção brasileira de café arábica tem um ciclo de dois anos, com colheitas maiores em anos pares do que nos ímpares, nos quais as plantas se recuperam. O tempo ruim no ano passado durante períodos chave para o desenvolvimento das plantas significa uma colheita ainda menor em 2021, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Marisa Contreras começou a usar os serviços da AgroBee em 2020 como um experimento em 10 dos hectares que ela e o marido plantaram em sua terra, a fazenda Capoeira Coffee, no Estado de Minas Gerais. Os produtores ficaram tão impressionados com o resultado que planejam ampliar o uso de abelhas para todos os 100 hectares cultivados com café até 2025.

A área onde primeiro utilizaram abelhas produziu 15% a mais do que a área de autopolinização, e o café também tem um gosto melhor, segundo Contreras. O café recebe uma nota de acordo com o sabor quando os produtores brasileiros vendem seus grãos, com notas maiores trazendo mais dinheiro, e o café das áreas polinizadas por abelhas pode ganhar alguns pontos a mais do que os campos próximos onde as plantas se autopolinizaram, de acordo com a cafeicultora.

“A primeira indicação de que o café seria bom foi quando chegamos perto da época da colheita. Fizemos um teste para medir o açúcar no café, e eram os grãos mais doces da plantação. A primeira coisa que pensei quando bebi foi ‘isso é doce, é tão balanceado’. Era maravilhoso”, disse Contreras.

Fonte: Estadão Conteúdo/ IstoÉ