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Cooperativismo tem papel ímpar na segurança alimentar

Em entrevista ao Hub do Café, Roberto Rodrigues, engenheiro agrônomo e embaixador especial da FAO para as cooperativas, destaca a importância das cooperativas do Brasil na produção de alimentos para o mundo

A segurança alimentar é uma preocupação de todo o mundo e, nesse sentido, o cooperativismo tem papel ímpar a ser desenvolvido, segundo engenheiro agrônomo e embaixador especial da FAO para as cooperativas, Roberto Rodrigues.

Em entrevista ao Hub do Café, o coordenador do FGVAGRO, que foi presidente da OCB e da Aliança Cooperativa Internacional – ACI, destacou a importância das cooperativas do Brasil na produção de alimentos para o mundo.

Segurança alimentar

“Nós temos no Brasil 5,5 milhões de agricultores, 1 milhão estão no mercado. Já mais de 4 milhões estão fora do mercado, produzem para subsistência. Mas, esses produtores têm de ter renda. Isso pode acontecer por meio das cooperativas. Então, tem de trazer esses produtores para dentro do cooperativismo”, alerta Roberto Rodrigues.

A FAO reconhece a importância das cooperativas nas estratégias de combate à fome e promoção da segurança alimentar. “Em dez anos, para que não falte comida para ninguém no mundo e, consequentemente, haja paz no mundo, será preciso aumentar em 20% a produção de comida. Já no Brasil, o crescimento precisa ser de 40%”, diz.

Assim, ainda segundo Roberto Rodrigues, o país recebeu uma demanda global inusitada, mas o cooperativismo deve ajudar a atender. Problema agravado com a pandemia do coronavírus. “A pandemia abriu duas janelas de questões para o futuro: a segurança alimentar e a sustentabilidade”, diz.

Obstáculos

Rodrigues destaca ainda que a produção sustentável enfrenta obstáculos no país e no mundo, principalmente na área ambiental. “Ainda não há clareza de modelos construtivos para a sustentabilidade. Como fazer uma produção mais sustentável? É um tema fundamental para a saúde do universo, mas é preciso ter ciência”, diz.

O embaixador especial da FAO para as cooperativas diz que tanto a sustentabilidade quanto a ciência dependem da ciência e essa transformação vai acontecer no agro. “Esse será o papel do agro tropical do planeta. Na América Latina, África e Ásia tropical, por conta do clima. São áreas que tem a terra para plantar e capacidade de desenvolver tecnologias. Por isso, eu vejo nas cooperativas um novo papel.”

E, por fim, Rodrigues destaca que não é apenas aumento de produção para elevar a exportação de alimentos para o mundo, mas as cooperativas também terão o papel de levar o conhecimento e a inovação. “Ensinar a pescar! Com a tecnologia, equipamentos, legislação. O que nós fizemos a duras penas e podemos ensinar o mundo inteiro hoje. É o papel contemporâneo das cooperativas do Brasil.”