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Custos de produção do café serão maiores para a próxima safra
Em live transmitida pelo Youtube da Cooxupé, especialistas do Itaú BBA mostraram as tendências e desafios para o agro
Apesar dos bons sinais para o mercado, os custos de produção do café serão maiores para a próxima safra.
Esse foi o cenário traçado por especialistas do Itaú BBA durante a live “Perspectivas e Desafios Macroeconômicos para os Mercados Agrícolas”. O evento foi transmitido na terça-feira, 14, pelo Youtube da Cooxupé e está disponível para o público.
Assim, na abertura da live, o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, destacou a importância desses encontros, mesmo com o distanciamento social.
“Mesmo à distância, conseguimos levar a mensagem da Cooxupé e discutir temas importantes para o mercado com os nossos cooperados e com a população”, disse Carlos Augusto.
Perspectivas de mercado
O economista de pesquisa econômica Itaú BBA, Pedro Renault, apresentou a atual situação da economia no Brasil e no mundo. Bem como traçou as tendências para o ano que vem, com o controle da pandemia.
“O mundo está para virar essa página. Com isso, devemos ter um ano de 2021 com recuperação expressiva”, diz.
Pedro diz que o Brasil sai de uma situação de crise para alcançar um crescimento econômico perto de 2%.
Assim também destacou a atual pressão da inflação no país. Em contrapartida, temos juros em alta. Com perspectiva da Selic chegar aos 9%. Hoje, a taxa básica de juros está em 5,25%.
Por fim, Pedro abordou o cenário polarizado na política. As eleições de 2022 trazem incertezas e o mercado deve reagir a partir de abril do ano que vem.
Custos de produção do café
Em seguida, o gerente de consultoria de agronegócio Itaú BBA, Guilherme Bellotti, trouxe os desafios para o cenário cafeeiro.
Mesmo diante de boas perspectivas para o mercado e do momento de preços bons, os custos de produção do café devem crescer.
“Essa alta de preços já reflete todas as preocupações com o que vai ser da produção do Brasil no próximo ano. A seca já deixa um legado. Além disso, tivemos os eventos de geada, que vão impactar na produtividade.”
De acordo com a estimativa, a redução da produção no Brasil na próxima safra poderá ficar em torno de 10 milhões de sacas.
O gerente também destacou as altas nos preços de fertilizantes. “Isso impacta nas relações de troca do produtor rural. Hoje, o cafeicultor tem de dar mais sacas de café por tonelada de fertilizantes”, diz.
Assim, será preciso ficar atento às possibilidades de fixação de boas relações de troca. Os defensivos e o custo do frete marítimo, cinco vezes maior do que no início da pandemia, também vão impactar o café. “O que mostra que enfrentaremos alta nos custos de produção para a próxima safra.”