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Preço médio do café arábica sobe 12,1% em maio

Cotação no final do mês atingiu novo recorde nominal da série histórica do Cepea

O indicador de preços do café arábica tipo 6, posto na capital paulista, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), subiu 12,1% ao longo de maio e fechou a R$ R$ 877,41/saca no dia 31, atingindo novo recorde nominal da série histórica iniciada em 1996.

Segundo os pesquisadores, os cafés mais finos foram cotados na casa dos R$ 900/saca. A média mensal do indicador do Cepea em maio ficou em R$ 822,24/saca, em alta de 10,5% em relação a abril e de 43,21% ante maio do ano passado.

Eles explicam que, mesmo com o início da colheita, os preços do café arábica dispararam impulsionados pela expectativa de oferta mais justa no curto prazo, tanto no país quanto em outras origens. “Além disso, o atual clima desfavorável em lavouras nacionais e os problemas logísticos na Colômbia também reforçam o movimento de alta nos preços externos e internos do arábica.”

Eles observam que os dados divulgados no encerramento de maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmaram a menor produção na safra de 2021/2022 do Brasil e reforçaram o movimento de alta nos preços internos. O USDA estima a safra brasileira em 56,3 milhões de sacas de 60 kg, queda de 19,4% frente a 2020/21. Já a Conab prevê um volume menor, de 48,8 milhões de sacas, recuo de 22,6% em relação à safra passada.

Os pesquisadores comentam que os agentes consultados ainda não tinham uma estimativa concreta da produção em maio, visto que a colheita estava no início. “Além disso, as lavouras apresentaram fases distintas de desenvolvimento, devido ao clima – em algumas praças, o enchimento dos grãos foi prejudicado pelo clima mais seco a partir de meados de março, enquanto outras apresentaram bom enchimento. Muitos colaboradores consultados pelo Cepea acreditam que o volume colhido possa ser levemente superior ao da Conab, mas inferior ao do estimado pelo USDA.”

O mercado também seguiu atento às chuvas abaixo da média no Brasil, dizem os pesquisadores, ao lembrar que no dia 27 de maio o governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica associado à escassez de precipitação para a região hidrográfica da Bacia do Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, para o período de junho a setembro de 2021. “Este cenário climático tem aumentado as preocupações quanto ao estado das lavouras e a possíveis impactos na produção brasileira de 2022/23, o que agravaria o quadro de oferta global de café.”

Fora do Brasil, agentes estiveram apreensivos com as exportações na Colômbia, devido aos problemas de logística associados aos protestos antigovernamentais no país, e com a oferta na América Central, tendo em vista os impactos do clima e problemas de mão de obra. Com isso, os futuros do arábica passaram a operar acima dos 150 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os maiores patamares em mais de quatro anos.

Entre 30 de abril e 28 de maio, o contrato Julho/21 avançou 14,8%, fechando a 162,35 centavos de dólar por libra-peso no dia 28 (no dia 31 de maio, a Bolsa de Nova York não operou, por conta do feriado de Memorial Day nos EUA). Quanto ao dólar, fechou a R$ 5,225 no dia 31, desvalorização de 3,84% no mesmo comparativo.

Em relação à liquidez, os pesquisadores relatam que poucos negócios foram efetivados no físico nacional, uma vez que a maior parte dos produtores seguiu distante do mercado, devido à incerteza quanto à oferta em 2021 e, consequentemente, à possibilidade de novas altas dos preços. “Parte dos agentes começa a se preocupar, agora, com os cumprimentos dos contratos realizados anteriormente para entrega neste ano, visto que muitos cafeicultores fecharam negócios abaixo dos R$ 600/saca.”

Fonte: Globo Rural