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Preferência global

Bebida mais consumida no mundo, e em franca expansão no gosto das pessoas, o café pode dar um novo salto no Brasil caso entre na preferência dos chineses

Quando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, senta em uma cafeteria de Xangai ou Tóquio para conversar com potenciais importadores do Japão, China e Vietnã, como ela fez recentemente, no início de maio, ela bem sabe que tem em mãos um produto de primeira linha a oferecer: o café brasileiro. O Japão é um dos dez maiores compradores do produto do Brasil, mas cair no gosto dos chineses pode elevar produção e exportação nacional de café a um patamar nunca antes imaginado.

De acordo com Orlando Ribeiro, secretário de comércio e relações internacionais do governo, “os países asiáticos são a nova fronteira para o mercado de café”. No acumulado da safra 2018/19 de café – julho a março – as exportações brasileiras de café somam 30,951 milhões de sacas de 60 quilos. Conforme o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o volume, que ficou 30,3% acima de igual período da temporada anterior, e é o maior dos últimos cinco anos.

Mercado externo em alta

No primeiro trimestre de 2019, o País registrou um total de 9,9 milhões de sacas exportadas, um crescimento de 25,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita cambial, neste caso, também apresentou aumento de 2,9%, alcançando US$ 1,3 milhão. “Os resultados de exportação de café referentes ao mês de março foram muito positivos. O Brasil apresentou boa performance mesmo estando no período de entressafra, com início da colheita do café conilon que acontece em abril/maio no Espírito Santo, Bahia e Rondônia e a colheita do café arábica, em maio/junho nos demais estados e suas devidas regiões. É importante destacar que o País registrou volumes recordes de exportação nos meses de janeiro a fevereiro”, destaca Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.

De acordo com Carvalhaes, há um caminho para o fechamento do ano cafeeiro com ótimos resultados no desempenho, atingindo prováveis 40 milhões de sacas exportadas, um novo recorde histórico para o período.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. No ano passado, o País produziu 51,369 milhões de sacas de 60kg, volume correspondente a 33,4% da safra mundial projetada pela Organização Internacional do Café (OIC). Com uma atividade que une associativismo, colaboração mútua, eficiência produtiva e promoção do bem-estar social, as cooperativas são fundamentais para o sucesso do café na pauta de exportação do agronegócio brasileiro e no mercado interno. Elas foram responsáveis por 48% da produção cafeeira do país, em 2016.

Dados da Organização Internacional do Café (OIC, sigla em inglês) apontam que o consumo mundial de café ultrapassa 150 milhões de sacas de 60 quilos por ano e vem registrando um crescimento anual de 2,5%. Fora a água, é a bebida mais consumida do planeta. O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos EUA, que consome anualmente 24 milhões de sacas. No ano passado, os brasileiros demandaram 20,5 milhões de sacas, uma ligeira alta em relação ao ano anterior, que computou 20,3 milhões de sacas.

E quando se fala em cooperativa cafeeira, é impossível não mencionar a Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), sediada no município de Guaxupé, região sul de Minas Gerais. Com cerca de 14 mil cooperados, a Cooxupé é a maior cooperativa de café do Brasil. A produção de café arábica da cooperativa representa, em média, 14% da produção nacional e 20% do estado de Minas Gerais. No item exportação, a cooperativa do Sul de Minas Gerais responde por cerca de 12% das exportações brasileiras de café.

O café no Brasil 

Maior produtor do mundo, no Brasil são cultivadas as duas principais espécies de café: Coffea Arabica e Coffea Canephora. O primeiro é o café arábica, demandado em blends de alta qualidade, o segundo é o café robusta, também conhecido como conilon no Brasil e utilizado na indústria de café solúvel.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o parque cafeeiro nacional é estimado em 2,25 milhões de hectares e compreende um universo de cerca de 290 mil produtores, a maioria pequenos, que estão espalhados por aproximadamente 1.900 municípios.

No ano passado, o Brasil colheu 42,3 milhões de sacas de 60 quilos. A produção de café arábica foi de 32,05 milhões de sacas e a de café conilon totalizou 11,19 milhões de sacas. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média por hectare é de 22,49 sacas.

As lavouras cafeeiras estão presentes em 15 Estados brasileiros: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. Características de solo, altitude, amplitude térmica e clima são determinantes para a qualidade da bebida na xícara, por isso é comum ouvir que existe diversos Brasis dentro do Brasil.

O café terá peculiaridades específicas quanto de aroma, corpo, acidez e doçura dependendo do local e das particularidades de relevo de onde é produzido. Por conta da dimensão territorial do Brasil, é comum um mesmo estado ter diferentes tipos de café. Minas Gerais, por exemplo, concentra 50% da produção nacional do grão e possui as seguintes regiões produtoras: Cerrado Mineiro, Mantiqueira de Minas, Sul de Minas, Chapada de Minas, Matas das Minas, Cerrados de Minas.


Matéria publicada na Revista MundoCoop, edição 87

 

 

Fonte: Mundo Coop