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Resiliência de cafeeiros ajuda a reduz danos causados por geadas

Segundo o professor José Donizeti Alves, solução em lavouras atingidas é a poda realizada de acordo com a profundidade do dano; O especialista é um dos palestrantes do Fórum de Café e Clima

A característica resiliente dos cafeeiros ajuda a reduzir os danos causados pelas geadas e desequilíbrios climáticos, que estão cada mais frequentes e se tornando regra, quando deveriam ser exceção. A afirmação é do professor José Donizeti Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), um dos palestrantes do terceiro Fórum de Café e Clima da Cooxupé. O evento será realizado virtualmente no dia 21 de setembro.

De acordo com o especialista na área de fisiologia do cafeeiro, o café arábica, por origem, é uma planta de sombra. E como tal, sofre muito com as mudanças climáticas. “Se antes o café era cultivado sob sombra, temperaturas amenas e chuvas abundantes durante todo o ano, hoje, no Brasil -maior produtor e exportador de café do mundo- ele enfrenta eventos extremos. Entre eles altíssimas radiações, temperaturas escaldantes e chuvas escassas e mal distribuídas. Como se não bastasse, geadas e massa de ar frio se somam a esse calor extremo para complicar ainda mais a situação”, explica.

Porém, ainda segundo Alves, o café possui grande capacidade de se adaptar. “A boa notícia é que o cafeeiro é muito resiliente. Depois de um estresse, ele sempre volta ao estado a que estava antes, recuperando sua capacidade vegetava e reprodutiva”, destaca.

Impactos

O professor alerta ainda que os extremos climáticos, principalmente os de calor, serão cada vez mais frequentes. Embora as ondas de frio muito fortes também sejam previstas e estão se concretizando.

E sempre que houver uma adversidade climática que distancia o cafeeiro de sua origem, ele “perde a direção”. Assim, passa a sofrer uma série de distúrbios fisiológicos tais como: baixa fotossíntese, alta transpiração, desequilíbrio hormonal, menor aproveitamento da água e dos nutrientes, queda no transporte e alocação de fotoassimilados e depauperamento das reservas de carboidratos.

“Essas anormalidades comprometem o desenvolvimento da parte aérea e raízes, provocam a queda de folhas e frutos, induzem baixas taxas de vingamento da florada e pegamento dos frutos, acentuam a bienalidade, levam a seca de ponteiros, decrescem a produtividade e diminuem a longevidade da lavoura”, explica Alves.

Soluções

O professor diz que, a espécie arábica, graças a robustos programas de melhoramento genético, adaptou-se plenamente às variáveis do clima. Dessa forma, ao lado de modernas práticas de manejo e assentado em uma cafeicultura com visão empresarial, prosperou e faz do Brasil o maior produtor mundial desse grão.

“Conhecendo, então, como o clima modula o comportamento do cafeeiro e como as adversidades afetam os processos fisio-morfológicos das plantas, temos a nossa disposição poderosas ferramentas para fazer a fisiologia do cafeeiro ‘trabalhar a nosso favor’ para que produza o máximo possível, e que traga retorno econômico aos cafeicultores com sustentabilidade.”

O especialista destaca que, em lavouras atingidas severamente por geada, a única solução é a poda que deverá ser realizada de acordo com a profundidade do dano.

Fórum Café e Clima Cooxupé

Para o professor José Donizeti Alves, instituições idôneas e isentas do setor, como a Cooxupé, têm de protagonizar ações que mitiguem os efeitos climáticos a fim de entregar ao cafeicultor tecnologia e conhecimento de alta qualidade.

Nesse cenário, o Fórum Café e Clima chega em sua terceira edição em um ano que ficará marcado na história da cafeicultura brasileira. Isso por conta da seca que perdura há muitos meses e por três eventos de geada em menos de um mês.

“Não existem soluções simples para problemas complexos, como os eventos meteorológicos extremos. E uma das buscas por essas soluções passa pelo conhecimento em todas as áreas que integram a cadeia de produção do café e particularmente, como as adversidades meteorológicas de 2021 podem afetar a fisiologia do cafeeiro e impactar a safra de café em 2012”, diz o professor.

Ele conclui que o momento é mais que propício e espera que cafeicultores, consultores, técnicos de maneira geral e empresas continuem apoiando essas iniciativas.

As condições meteorológicas e os impactos na safra de café, além das perspectivas e tendências para os próximos anos em relação ao clima são os principais temas do fórum.

As palestras serão transmitidas on-line na página da cooperativa no Youtube, no dia 21 de setembro, a partir das 14 horas.