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Cooxupé: 80% da safra já foi negociada

Tipo de Clipping: WEB

Assunto: Cooxupé

Data: 25/09/2020

Veículo: Diário do Comércio


Falta de chuvas preocupa produtores em relação aos resultados da próxima safra de café | Crédito: REUTERS/Jose Roberto Gomes




São Paulo – Encerrando a colheita de café 2020, produtores associados à Cooxupé já comercializaram 80% da safra, um patamar histórico para esta época, impulsionados por altos preços em reais devido ao câmbio.


Mas eles temem pela produção em 2021, devido a uma prolongada seca, disse o presidente da maior cooperativa de cafeicultores do mundo ontem.


Na véspera, a cooperativa informou um aumento de até 10% na expectativa de recebimentos, que podem ficar em torno de 7,8 milhões de sacas, um crescimento de mais de 50% ante 2019, quando foi um ano de baixa produtividade do ciclo bianual do arábica.


Na safra 2020, disse Carlos Augusto Rodrigues de Melo à Reuters, tudo deu certo, desde as floradas até o tempo seco para a colheita e um câmbio favorável a negócios, o que também explica os grandes recebimentos na cooperativa, já que praticamente não houve interrupção dos trabalhos por chuvas.


“O recebimento não significa que a safra foi tão grande, o que significa é que, com a alta dos preços… e com a segurança que as cooperativas têm oferecido ao produtor, isso faz com que ele participe mais”, disse.





Melo lembrou que 60% da safra já tinha sido vendida até o primeiro trimestre, índice que atingiu 80% no momento.


“A mudança de postura do produtor na parte de mercado foi muito significativa, mudou a postura dele, ele vende só no momento de oportunidade. Chegamos a comercializar perto de 300 mil sacas em alguns dias, enquanto em momentos de declínio se compra 3 mil a 5 mil sacas.”


Tal como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou nesta semana uma safra do Brasil muito parecida com a registrada em 2018, ele avalia que isso também ocorreu na área da Cooxupé, cuja produção dos cooperados foi estimada em 10,3 milhões de sacas este ano.


Pelos números da Conab, a safra de 2018 do Brasil ainda se mantém como recorde, enquanto a de 2020 fica cerca de 30 mil sacas abaixo, a 61,63 milhões de sacas.


Ele negou informações de que os armazéns estão com problemas para receber café devido ao grande volume da safra, mas disse que ocorreram sim muitas entregas concentradas, devido a uma colheita acelerada e às fortes vendas de produtores.


“Por conta da concentração da safra, isso gera um certo desconforto, mas a Cooxupé continuou dentro da normalidade, não recebi reclamação que não estava recebendo café.”


Apesar de maiores recebimentos que o esperado, ele manteve a projeção de embarques da Cooxupé em 5,9 milhões de sacas em 2020, sendo 5 milhões de sacas destinadas para exportação.


Ele disse ainda que a cooperativa não registrou problemas para exportar, mas citou armazéns cheios na Europa, o que limitaria novas compras de um importante destino.


Dessa forma, Melo acredita que o estoque de passagem para 2021 da cooperativa será maior, para enfrentar um ciclo de produtividade mais baixa no ano que vem, não somente por ser o período negativo do arábica, mas também devido à seca prolongada.


“O tempo foi muito bom para a colheita, agora nos preocupa a questão do clima para a próxima safra. Para o ano que vem, já é safra tida como menor por conta da bianualidade, somada a isso nunca tivemos período tão seco e quente como este inverno… seis meses praticamente sem chuvas”, afirmou.


Com o cafezal bastante desfolhado, ele disse ainda que as chuvas desta semana não foram suficientes para permitir uma florada significativa para a temporada 2021.


“Tivemos áreas da cooperativa que não choveu, choveu menos de 10 milímetros, isso não é chuva, isso com certeza os técnicos vão apresentar um trabalho sobre o comprometimento da safra que vamos ter”, declarou, evitando falar sobre o tamanho da queda que pode ocorrer. “Prefiro não mensurar, é muito cedo para dizer.” (Reuters)





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